Cenário macroeconômico
O cenário recessivo previsto para a economia brasileira se confirmou em 2015. Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) do país recuou 3,8% ao longo do ano, resultado de um conjunto de indicadores que incluiu inflação em alta, desvalorização do real, elevação da taxa de juros, produção industrial em queda, redução de investimentos e diminuição do consumo. As perspectivas desfavoráveis levaram agências de rating internacionais a rebaixar a nota de risco de crédito do Brasil, ampliando uma crise de confiança já em andamento.

Com o dólar em alta, a direção da balança comercial brasileira mudou. Comprometidas, as importações recuaram 25%, somando US$ 171 bilhões, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). As exportações também diminuíram, mas em ritmo mais lento – foram 15% de queda e um volume de US$191 bilhões. Com isso, o déficit registrado em 2014 foi revertido. Em 2015, o saldo comercial do país foi de quase US$ 20 bilhões, melhor resultado em quatro anos. A corrente de comércio brasileira, resultante da soma de exportações e importações, foi de US$ 363 bilhões, 20% menor que a de 2014.
As exportações para a Ásia, principal destino dos produtos brasileiros no exterior, recuaram 14%, somando US$ 63,4 bilhões. Na Europa, a redução foi ainda maior: as vendas passaram de US$ 50,9 bilhões em 2014 para US$ 40,9 bilhões em 2014, uma queda de 20%. No Mercosul, o recuo foi de 16%. A Argentina, principal parceiro do Brasil no bloco, reduziu as compras em 9,3%, enquanto quedas ainda mais expressivas ocorreram em países como a Venezuela (-35,5%) e o Paraguai (-22,6%).
As exportações brasileiras registraram sucessivos recuos em 2015.
O PIB brasileiro registrou
seu pior resultado
desde 1990.

